Antes que o dia acabe e porque o tempo não dá para tudo, aqui fica a referência à data histórica.
Foram apenas 302 segundos, ou cinco minutos e dois segundos. Durante esse curtíssimo período que durou o eclipse total do Sol, naquele dia 29 de Maio de 1919, o astrónomo inglês Arthur Eddington fez na ilha do Príncipe as "chapas" que constituíram a primeira prova directa da teoria da relatividade, proposta por Einstein em 1915. Cumprem-se hoje 90 anos sobre aquelas observações históricas. (…) [Na imagem uma foto original destas observações, (Fonte)]
Apesar do fim ainda recente da Primeira Grande Guerra na altura, e de a comunicação entre cientistas alemães e ingleses ter estado cortada durante esse tempo, Arthur Eddington, então no Observatório de Cambridge, teve conhecimento da teoria de Einstein. E ficou entusiasmado. Se Einstein estivesse certo, então a luz das estrelas distantes sofreria um determinado encurvamento à passagem junto a um campo gravítico. Dito de forma simples: essa luz sofreria um encurvamento, por exemplo, perto Sol. Na época, os astrónomos já dispunham dos instrumentos e das técnicas necessárias para observar um tal encurvamento. Mas, para o fazerem, precisavam de um eclipse total do Sol, para que a sua luz não ofuscasse a observação da trajectória da luz emitida pelas estrelas mais distantes.
Esse eclipse iria ocorrer a 29 de Maio de 1919 e a ilha do Príncipe, em São Tomé (então território português), e Sobral, no Brasil, estavam na rota da sombra total causada pela ocultação do Sol. Eddington não ia perder a oportunidade e começou a preparar a expedição. O seu colega F. W. Dyson iria para Sobral e Eddington escolheu a ilha do Príncipe para a sua própria missão.
No dia 11 de Novembro de 1918 (o próprio dia do Armistício), escreve uma carta a Campos Rodrigues, director do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL) na época, para pedir apoio logístico. Na correspondência posteriormente trocada entre o astrónomo inglês e o subdirector do observatório de Lisboa, Francisco Oom, fica também acordada a participação do astrónomo português Manuel Peres na expedição ao Príncipe. Mas isso acabaria por se gorar.
Toda esta história, até agora pouco conhecida, foi recentemente publicada pelos investigadores portugueses Elsa Mota, Ana Simões e Paulo Crawford (actual subdirector do OAL) na revista científica BJHS, da British Society of the History of Science. E ontem foi revisitada em conferência no próprio OAL. (…) Ler mais aqui, no DN.
Einstein e Eddington (Fonte)
Também pode obter mais informações …
- aqui, no Público.
- aqui (EINSTEIN ESTEVE ENTRE NÓS), no De Rerum Natura.
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