9 de fevereiro de 2009

LHC - Grande Colisionador de Hadrões

LHC - Grande Colisionador de Hadrões

Entrou em funcionamento no dia 10 de Setembro. Teve alguns percalços (normais para a maior máquina alguma vez construída pelo Homem) e encontra-se parado, para reparação, desde 19 de Setembro.

Onde fica? No Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN), localizado perto de Genebra, na fronteira entre a Suíça e a França.

Porquê grande? Um túnel a 100 m de profundidade e com 27 km de perímetro tem que ser considerado grande. Repare bem na imagem. A sua função? Cito parte de um texto de Carlos Fiolhais publicado no Rerum Natura.

"Chama-se Large Hadron Rap porque a máquina que acelera as partículas é o Large Hadron Collider, LHC, em português Grande Colisionador de Hadrões. O que são hadrões? Partículas nucleares, que incluem os protões e os neutrões, ambos formados por três quarks, partículas que, tanto quanto sabemos, são blocos básicos que constituem a matéria. Toda a matéria é feita de quarks, electrões e neutrinos, os quarks no núcleo atómico, os electrões em volta e os neutrinos vadios por todo o lado. Os protões, ao baterem uns contra os outros no LHC, depois de andarem à roda no túnel, libertarão uma prodigiosa energia, que, em obediência à mais conhecida fórmula de Einstein, se transformará em matéria e anti-matéria. Haverá um fogo de artifício das mais variadas partículas que poderosos detectores irão identificar."

Por que é necessário uma máquina tão grande e tão cara para "esmagar" partículas? Porque para esmagar o átomo e assim explorar o seu interior, são necessárias energias extremamente elevadas. "Os protões circulam no LHC a uma velocidade de 99,999999% da velocidade da luz. De facto, circulam dois feixes de protões no mesmo túnel em sentidos opostas e, quando dois protões batem frontalmente, uma grande quantidade da imensa energia associada ao seu movimento pode, no momento da colisão, ser transformada em partículas que não existiam momentos antes. (...) Mas, no mundo da física de alta energia, a ocorrência de violentos choques, com muitos detritos espalhados, é exactamente o que os investigadores querem. Entre os detritos poderão encontrar-se partículas que existiram eventualmente há milhares de milhões de anos, mas que, devido à sua instabilidade, há muito que decaíram. A criação destas partículas raras numa experiência moderna é precisamente o objectivo do LHC. A ideia é que essas "espécies extintas" de matéria podem fornecer-nos informação preciosa sobre as forças da natureza." Ler tudo no Rerum Natura

E dá para ouvir música? Isso não sei, mas fica aqui um vídeo da autoria de estudantes a trabalhar no CERN. Mais informação aqui.


Muitos acreditam (sem fundamento??), que esta experiência poderá criar mini-buracos negros que poderão vir a engolir a Terra.

"Quando os protões colidirem uns com os outros no interior do acelerador, algo que os cientistas não estão certos que não possa acontecer é a produção de mini-buracos negros que engulam a matéria mais próxima. Um estudo recente mostra, porém, que a persistência de estrelas velhas no céu prova que pequenos buracos negros não podem engolir a Terra.
(...)
Para um buraco negro do tipo dos do LHC, que se estima tenha apenas um milésimo de milionésimo de milésimo de milionésimo de metro de extensão (um attometro), o buraco negro apenas poderia existir durante pouco mais de alguns milésimos de milionésimo de milésimo de milionésimo de milésimo de milionésimo de segundo. Não existiria o tempo suficiente para engolir qualquer matéria próxima e não representaria qualquer perigo para a matéria vulgar." Ler tudo no Rerum Natura

Caso esteja interessado em seguir em directo as operações do LHC, visite a seguinte página.

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2 comentários:

Anónimo disse...

Por acaso ouvi falar disto na TV e desses problemas que supostamente poderiam existir.
Um buraco negro na terra que ninguem sentiria...
Já agora:
No video diz ions e protons - promenores :P

Rui Barqueiro disse...

Olá Estêvão. As legendas estão em português brasileiro. Para quem não domina o inglês são uma boa ajuda. E sim, são pORmenores. Viste o último link do artigo?

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